sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Rezemos pelas mães
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG.
 


“Vi minha mãe rezando
aos pés da Virgem Maria:
era uma santa escutando
o que outra santa dizia”

Seria muito bom se os sentimentos que esta quadrinha encerra fossem cultivados hoje por mães e filhos. É muito sublime a missão de mãe, a maternidade. Deus a criou com tanto carinho e a achou tão maravilhosa que quis também ter uma mãe. E esta santa Mulher, a Virgem Maria, é o modelo porque soube servir ao Pai e ao povo e foi dada pelo Filho a toda a humanidade.Sabemos de muitos sacrifícios que as mães fazem por seus filhos. Sabemos de muitos sofrimentos que, as vezes, os filhos lhes causam.Sabemos da grande abnegação que povoa um coração de mãe.Mas o que nos entristece nos dias de hoje é ter notícia de mães que colocam suas criancinhas indefesas na lata de lixo. Dói fundo só de pensar em tamanha aberração da natureza e de sentimento humano da maternidade.O mundo precisa rever seus valores, o mundo precisa parar sua tecnologia e cultivar seus mais nobres sentimentos que lhe foram dados pelo Pai Criador, que é também Mãe que quer nos ver mais felizes. E o que nos tornará mais felizes é cultivar o amor e colocar as mães no lugar sagrado em que Deus as colocou.Por isso, daqui de Aparecida, capital da fé de nosso país, quando participo da 49ª. Assembléia Geral da CNBB, coloco nas mãos da Imaculada Conceição Aparecida todas as Mães confiando a ela uma prece sentida para que cumpram a sua missão e sejam testemunhas e educadores de seus filhos e das suas famílias nos valores do Reino, do Evangelho e da Vida. Mães, recebam a minha bênção!
Família, lugar, fé, esperança e caridade
Por: DOM EURICO DOS SANTOS VELOSO
ARCEBISPO EMÉRITO DE JUIZ DE FORA, MG
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Em nossos dias, num mundo que se tornou estranho e até hostil à fé, as famílias cristãs são de importância primordial. O lar cristão é o lugar em que os filhos recebem o primeiro anúncio da fé. Por isso, o Concílio Vaticano II chama a família, usando uma antiga expressão, de “Igreja doméstica”. É no seio da família que os pais são para os filhos, pela palavra e pelo exemplo, os primeiros mestres da fé.
Sabemos que o lar é a primeira escola do mundo e da vida cristã. É uma escola de enriquecimento humano.
Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “a família cristã é uma comunhão de pessoas, vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. (cf. n. 2205).
Deus quis que a atividade educadora e criadora da família fosse o reflexo de da obra. O casal que constitui uma família está participando com o Pai na criação do mundo.
A família é a célula originária da vida social. É a sociedade natural na qual o homem e a mulher são chamados ao dom de si no amor e no dom da vida.
Podemos perceber, ao refletir sobre tudo isto, que a vivência do amor, da justiça, da solidariedade nasce na família para, depois, se expandir para toda uma sociedade.
Para seguir o projeto de Deus e, consequentemente, para vivermos a felicidade em plenitude, é preciso, aqui na terra, aqui neste mundo que tanto tenta destruir a família, é preciso que saibamos defendê-la, porque ela é o esteio da sociedade e é nela que podemos cultivar, desde a mais tenra infância, a fé, a esperança e a caridade, virtudes que farão deste mundo um mundo melhor e que, com toda a certeza, nos levarão à glória do Pai.
fonte: http://www.catequisar.com.br/texto/colunas/eurico/306.htm

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011


Advento: tempo de alegria e esperança


Seu verdadeiro nome é Advento. Seu significado não é uma espera no vazio de algo que pode não acontecer, mas sim, de quem está construindo sua casa para o Deus-conosco vir morar. O estado de espírito dessa espera manifesta-se numa incontida alegria do coração humano, “porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu” (Lc.1,45). Diz a expressão popular: “A esperança é a última que morre”, e quando morre sempre traz amarga frustração. Faz-se necessário diferenciar as duas esperanças: a esperança humana apóia-se nas próprias forças e nela pode não acontecer o que se espera e a esperança cristã, que se apóia em Deus, significa a certeza da realização do que se espera, fundamenta-se na fidelidade de Deus.

Advento celebra a espera das duas vindas do Filho de Deus ao encontro da humanidade: a do passado e a do futuro. Natal, acolhido na fé, acontece todo dia em nossas vidas e sempre se renova. O Advento anima também nossa esperança na segunda vinda do Senhor, sua volta com poder e glória no fim dos tempos como juiz da história. Essa espera de sua volta não pode significar aguardá-lo permanecendo de braços cruzados, mas deve manifestar-se nas realizações de cada dia, através do empenho pela construção de um mundo novo onde a justiça e a paz se abraçarão.

Esta volta no fim dos tempos, como Ele mesmo advertiu, será imprevisível e inesperada e podemos senti-la antecipada, na vida de cada um de nós. Esperá-lo, portanto, é estar a caminho para o encontro com Ele, sempre em busca da conversão do coração. Os dois primeiros domingos do Advento preparam-nos para a volta de Cristo no fim dos tempos e, com uma palavra de ordem, convidam-nos a permanecer numa atitude de vigilância que nos ajudará “a julgar com sabedoria os valores terrenos e colocar nossa esperança nos bens eternos.” É seguindo os passos de Cristo que se percorre o caminho do amor e da justiça.

Terceiro e quarto domingos do Advento preparam-nos mais diretamente para a celebração do Natal. Os textos litúrgicos, antes de tudo, fazem-nos professar que sua vinda na história dos homens fora predita pelos profetas. Diante da proximidade do Senhor (que a liturgia refere à primeira vinda) é compreensível a pergunta de muitos, dirigida a João Batista: “Que devemos fazer?” A resposta do Precursor, pedindo conversão, fundamenta a autêntica alegria que estabelece nova relação com Deus por meio do perdão dos pecados e da nova relação com o próximo pela prática do amor e pelo respeito à justiça.

No quarto domingo, Maria da Anunciação acolhe a mensagem do Anjo Gabriel. Ninguém melhor do que Maria para ajudar-nos a fazer nossa preparação para o Natal. João Batista nos ensina a prepará-lo pela penitência, Maria pela atitude de fé. Como ela, nós cremos em tudo que foi escrito a respeito deste Menino. Preparou-se para o nascimento do seu Filho dirigindo-se “apressadamente” à casa de Isabel, sua parenta, para ajudá-la em sua gravidez de seis meses. Vai a esse encontro para servir a quem dela necessita. Ninguém melhor do que ela percebe todo o sentido da Encarnação e do Natal: sair de si e ir ao encontro do necessitado. O melhor a fazer na espera do Natal é seguir este exemplo: “Eis a serva do Senhor”.

Dom Eduardo Koaik - Bispo Emérito de Piracicaba